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Tintin: Dez curiosidades sobre um repórter da BD

 
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rui sousa



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PostPosted: Thu Oct 27, 2011 12:38 pm    Post subject: Tintin: Dez curiosidades sobre um repórter da BD Reply with quote

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Sabia que Portugal foi o primeiro país do mundo a publicar as histórias de Tintin a cores? E a que a banda Thompson Twins escolheu o seu nome a partir dos irmãos Dupond? Eis 10 curiosidades sobre a mítica série de Hergé.

Hergé é um pseudónimo: Quase todos sabem disto, mas para registo, o criador de Tintin chamava-se Georges Remi. O pseudónimo deriva das iniciais invertidas do autor belga, RG, que foneticamente podem ser lidas como Hergé.

Tintin é um jornalista que não escreve: Tal como confirmou Hergé por mais que uma vez, Tintin é jornalista porque essa profissão lhe permitia justificar as viagens do seu herói em redor do mundo. Porém, a verdade é que só no primeiro dos 24 álbuns da série, «Tintin no País dos Sovietes», é que vemos o repórter a escrever. Nos restantes, nunca o vemos sequer a telefonar à redação.

Portugal foi o primeiro país não francófono a publicar Tintin: O jornal infantil católico «O Papagaio» começou a publicar as aventuras de Tintin em Portugal a partir de 16 de Abril de 1936, sendo o nosso país o primeiro a editar as histórias do herói de Hergé noutra língua que não o francês. A história era «Tintin na América», então intitulada «Aventuras de Tim-Tim na América do Norte».

Portugal foi o primeiro país do mundo a publicar Tintin a cores: Isso mesmo, nem sequer a França ou a Bélgica tinham publicado Tintin a cores quando «O Papagaio» começou a fazê-lo logo desde o início. O que surpreendeu Hergé, que não tinha acordado nem com as cores nem sequer com a remontagem das pranchas, adaptadas às necessidades da publicação portuguesa.

Milou sempre foi um cão, nunca uma cadela: A dúvida sobre o verdadeiro sexo de Milou que ainda hoje persiste na mente de muitos portugueses deriva do facto de, na primeira publicação de Tintin em Portugal, o nome do fox terrier do repórter belga ter sido mudado de Milou para Rom-Rom. A razão terá sido a de não querer utilizar o mesmo nome que uma jovem cantora que então cantava nas emissões radiofónicas de «O Papagaio» na Emissora Nacional e na Rádio Renascença, a futura vedeta Milú. A troca de sexo terá sido simples erro de tradução, provavelmente motivado pelo facto de Milou soar em português a nome feminino.

Tintin já foi português: Nas primeiras décadas de publicação em Portugal, quando era habitual aportuguesar a tradução das aventuras de alguns heróis, Tintin passou a ser um repórter português, enviado à aventura pelo «O Papagaio» ou pela publicação em que o herói surgiu a seguir, o «Diabrete». Nesse sentido, a história «Tintin no Congo» passou a ser «Tim-Tim em Angola», substituindo-se a colónia belga pela colónia portuguesa.

Portugal trocou víveres com Hergé durante a guerra: Durante a Segunda Guerra Mundial, em que Portugal se manteve neutral, os dois periódicos que então publicavam a obra de Hergé em Portugal («O Papagaio» e «Diabrete»), chegaram a pagar a Hergé, a pedido do próprio, não em dinheiro vivo mas em víveres (conservas, café, chocolate…), enviados não apenas para si mas principalmente para o seu irmão Paul, então prisioneiro de guerra num campo para oficiais na Alemanha.

A introdução da linha clara: Hergé é o autor de BD mais influente da Europa e o estilo que criou, fruto de influências diversas, tornou-se um emblema das histórias as quadradinhos europeias, copiado e adaptado por diversas gerações. O termo «linha clara», criado pelo holandês Joost Swarte, tornou-se recorrente para descrever o aspeto gráfico das histórias de Hergé, caracterizado pelo uso de linhas de contornos fortes, ausência de tracejados e de profundidade de campo, com todos os elementos da imagem igualmente focados e bem definidos. Entre os autores que utilizaram esse estilo contam-se nomes como Edgar Pierre Jacobs («Blake e Mortimer»), Jacques Martin («Alix») ou Yves Chaland («Freddy Lombard»).

As acusações de colaboracionismo e racismo: Como sempre, convém ler as atitudes no contexto da época. As acusações de racismo motivadas essencialmente pela história «Tintin no Congo» de 1930 devem-se ao retrato paternalista (embora não negativo) que a história dá aos negros, consequente com a visão da época, até considerada relativamente progressista, uma vez que os vilões da história são brancos. Hergé chegou a lamentar o retrato mas tendo em conta que o resto da sua obra foi caracterizada pelo amor às outras culturas, a acusação de racismo não faz qualquer sentido. As acusações de colaboracionismo pesaram mais sobre o autor e devem-se ao facto de, durante a ocupação nazi da Bélgica na Segunda Guerra Mundial, ele ter criado histórias de Tintin para o «Le Soir», um jornal alinhado com os ocupantes. Hergé defendeu-se dizendo que se limitou a continuar a trabalhar no seu ofício, que era a BD, tal como qualquer outro cidadão. As próprias histórias nunca defenderam o nazismo havendo até uma denúncia não direta do Anschluss em «O Ceptro de Otokar».

As influências na cultura pop: Entre a imensidão de referências e homenagens a Hergé na cultura pop, a mais importante será certamente a influência que Andy Warhol e Roy Lichtenstein reconheceram nas suas obras. O primeiro, amigo pessoal de Hergé, fez uma série de quadros com o autor belga e o segundo diversas pinturas baseadas em vinhetas da BD. No campo da música, a banda britânica Thompson Twins escolheu o seu nome a partir da tradução inglesa dos nomes de Dupond e Dupont para Thompson e Thomson. Mas a citação mais célebre aplicada a Tintin, e que extravasa a cultura popular, foi a frase proferida por Charles De Gaulle na altura em que foi presidente da França a André Malraux, então Ministro da Cultura: «No fundo, o meu único rival internacional é Tintin».

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